12 de agosto de 2025 Ã s 13:07
Dono da Ultrafarma e diretor da Fast Shop são presos em operação do Ministério Público de São Paulo
Auditor fiscal tributário da Secretaria de Estado da Fazenda também foi preso. Operação mira um esquema de corrupção de mais de R$ 1 bilhão.

O dono e fundador da
Ultrafarma, Sidney OIiveira, foi preso na manhã desta terça-feira (12) em uma
operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para desarticular um
esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de
Estado da Fazenda.
Ele foi encontrado em casa,
uma chácara em Santa Isabel, na Grande São Paulo.
A investigação identificou
um auditor fiscal estadual de alto escalão acusado de comandar um esquema de
fraudes em créditos tributários que teria arrecadado em propinas, segundo
promotores, cerca de R$ 1 bilhão desde 2021.
Veja quem é Sidney Oliveira,
dono da Ultrafarma, preso em operação em SP
Esse auditor, chamado Artur
Gomes da Silva Neto, trabalha na fiscalização direta de tributos e também foi
preso na operação.
Em nota, a Secretaria de
Estado da Fazenda informou que acabou "de instaurar processo
administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido" e
que solicitou formalmente ao MP compartilhamento das informações. (Leia a
Ãntegra ao final.)
Outro preso é o diretor
estatutário do grupo Fast Shop Mario Otávio Gomes, que foi encontrado em um
apartamento na Zona Norte de São Paulo. A reportagem também procurou a Fast
Shop, mas não havia obtido retorno.
Além dos três mandados de
prisão, os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços
residenciais dos alvos, nas sedes das empresas investigadas e também na casa de
outros investigados.
O auditor fiscal tinha um
parceiro, responsável por lavar o dinheiro, que também é alvo da investigação.
Na residência dele, em Alphaville, foram encontrados dois pacotes com
esmeraldas, R$ 330 mil e US$ 10 mil (cerca de R$ 54.200), além de 600 euros,
dentro de um cofre.
Como era o esquema
De acordo com a investigação
conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos
(GEDEC), o auditor preso manipulava processos administrativos para facilitar a
quitação de créditos tributários às empresas.
Em contrapartida, ele
recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em
nome de sua mãe.
No caso da Fast Shop,
segundo o MP, o auditor preso prestava "assessoria tributária"
criminosa, indicando os documentos que deveriam ser apresentados à secretaria
acelerar o deferimento dos créditos de ressarcimento de ICMS da gigante do
varejo eletrônico.
Segundo o Ministério
Público, a operação é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de
documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça.
Os investigados poderão
responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e
lavagem de dinheiro.
Fonte: G1