07 de agosto de 2022 às 19:35

Produtores de café da Região Vulcânica querem reconhecimento

A Região Vulcânica também inclui Águas da Prata, Caconde, Divinolândia e São Sebastião da Grama.

Crédito:Centro do Comercio do Café de Minas Gerais

Expandir o café vulcânico mineiro para todo o País e para o mundo. É isso o que buscam os produtores de café do Sul de Minas, especialmente das cidades de Andradas, Bandeira do Sul, Botelhos, Cabo Verde, Caldas, Campestre, Ibitiúra de Minas e Poços de Caldas, que compõem a chamada Região Vulcânica do café.

Os desafios no apoio a esses produtores foram debatidos em audiência da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nessa quinta-feira (4/8/22) na Casa.

A Região Vulcânica também inclui quatro municípios do Nordeste de São Paulo: Águas da Prata, Caconde, Divinolândia e São Sebastião da Grama.

O café produzido nesta região se diferencia dos demais em virtude de fatores geográficos, climáticos, históricos e culturais que dão ao produto uma característica única.

A união do solo vulcânico, definido pela caldeira de um vulcão extinto há 80 milhões de anos, com o clima característico e a altitude da região, entre 700 e 1.300 metros, dão ao café um sabor singular.

"Com tendência forte para frutas amarelas, florais, com corpo e doçura de médio pra alto, algo raro para regiões de montanha. E finalização prolongada", explicou o professor Leandro Carlos Paiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Machado.

Segundo o especialista, muitos exportadores já compravam e vendiam os cafés da região como vulcânicos antes mesmo de haver um conhecimento baseado em análises do solo, feitas oficialmente em 2017.

Cafés vulcânicos são raros, tendo em vista que são poucas as regiões com essas características no mundo, localizando-se em países como Havaí, Índia e no Continente Africano.

"Já se sabe, há cerca de dez anos, da diferenciação na produção desses cafés. Sabemos que a qualidade existe. Mas é preciso ir além da notoriedade. É fundamental fortalecer os produtores e as associações, expandir para o mundo conhecer esse café", afirmou Leandro Paiva.

QUALIDADE DO CAFÉ BRASILEIRO

A cafeicultora Fernanda Kelen também frisou que no exterior ainda é feita uma divulgação errada sobre a qualidade do café no Brasil. Segundo ela, o País seria visto como produtor de café em massa, estando a qualidade em segundo plano.

"Sempre soubemos que nosso café tem mais qualidade, que estamos numa região privilegiada. Percebíamos isso no nosso dia a dia, antes mesmo de qualquer análise. Então é fundamental corrigir essa comunicação e percepção errada sobre o café brasileiro, que prejudica a todos os produtores do País", explicou.

O gerente de Certificação do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Rogério Carvalho Fernandes disse não enxergar dificuldades para que o Certifica Minas, programa do governo estadual, passe também a englobar a indicação de procedência para os agricultores da região, para destacar a produção dos cafeicultores vulcânicos.

Agricultores enfrentam dificuldades para acessar crédito

O extensionista agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Aparecido Venâncio Martins, destacou alguns desafios do trabalho da entidade na região, enfatizando que 69% da produção da região vulcânica de Poços de Caldas é feita por agricultores familiares.

Fonte: Centro do comércio do Café do Estado de Minas Gerais

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