25 de fevereiro de 2021 às 07:27
São Paulo teve maior percentual de seca extrema do Brasil em janeiro
Em 11,53% do território paulista aconteceu seca extrema na divisa com Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Áreas com seca grave e seca extrema cobriram cerca de 55% do estado
A última atualização
do Monitor de Secas aponta que em São Paulo, em janeiro, houve um avanço da
seca grave na porção central do estado em consequência das chuvas abaixo da
média e da piora nos indicadores. Em contrapartida, houve atenuação da seca no
sudoeste paulista, onde passou de grave para moderada. Desde novembro de 2020,
entrada de São Paulo no Mapa do Monitor, 100% de seu território registra seca.
Entre dezembro e janeiro houve uma
elevação da área com seca grave (de 32,56% para 43,41%). Além disso, São Paulo
teve a maior área com seca extrema no Brasil no Mapa do Monitor de janeiro
(11,53%). Os impactos são de curto prazo no Vale do Paraíba; de longo prazo no
sudoeste e sudeste; e de curto e longo prazo no restante do estado.
Em janeiro deste ano, as áreas com seca
tiveram aumento em nove das 20 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor
de Secas em comparação a dezembro de 2020: Bahia, Ceará, Distrito Federal,
Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro. Já
em 13 unidades da Federação, 100% de seus territórios registraram seca no
último mês: Alagoas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São
Paulo, Sergipe e Tocantins. O Piauí se manteve com cerca de 92% de sua área com
seca em relação ao mês anterior. A redução de áreas com o fenômeno aconteceu
somente no Maranhão.
Em termos de severidade do fenômeno, 12
estados tiveram o agravamento da seca entre dezembro e janeiro: Alagoas, Ceará,
Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Em outras quatro unidades da Federação,
o grau de severidade da seca se manteve: Bahia, Distrito Federal, Maranhão e
Rio de Janeiro. Por outro lado, em quatro estados aconteceu uma atenuação da
seca: Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
No Nordeste, devido às chuvas abaixo da
média e ao aumento das temperaturas em janeiro, houve leve piora na condição de
seca, marcada pelo aumento das áreas com seca fraca e/ou moderada em parte do
Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia. A porção de seca grave no norte de Sergipe
também se expandiu, passando a influenciar parte do território alagoano. Por
outro lado, houve uma pequena redução da área com seca moderada no Maranhão,
devido à ocorrência de chuvas acima da normalidade.
Já no Sudeste houve piora do cenário,
com o agravamento da seca em áreas de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.
O Monitor também identificou o aumento de áreas com seca fraca em Minas Gerais
e Rio de Janeiro. Tanto as precipitações abaixo da normalidade quanto as
temperaturas acima da média contribuíram para esse cenário. Apenas no sudoeste
de São Paulo ocorreu melhora, com suavização da seca, devido às precipitações
acima da média.
No Sul a atenuação da severidade da
seca aconteceu nos três estados, devido às chuvas acima da normalidade nos
últimos meses. Pelo mesmo motivo, houve mudança na linha de impactos, deixando
grande parte do Paraná e Santa Catarina sob impactos somente de longo prazo.
Nas demais áreas cobertas pelo Monitor,
em decorrência das precipitações abaixo da média, a seca grave avançou em
Tocantins assim como a seca fraca passou a existir em 100% do Distrito Federal.
Em contrapartida, ocorreu abrandamento do fenômeno em boa parte de Mato Grosso
do Sul, devidos aos acumulados de chuvas acima da média.
Clique aqui para verificar a situação
de janeiro de 2021 em todas as 20 unidades da Federação acompanhadas pelo
Monitor de Secas.
O Monitor realiza o acompanhamento
contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do
fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de
curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima
desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo
utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e
pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto
pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos
móveis com os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais
nacional, o Monitor agora abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os
nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, Tocantins,
Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. O processo de expansão continuará
em 2021 até alcançar todas as 27 unidades da Federação. O projeto tem como
principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da
colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições
parceiras que atuam em sua elaboração.
O Monitor de Secas é coordenado pela
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido
conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas
de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Em São Paulo o Departamento de Águas e Energia Elétrica
(DAEE), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA) são os órgãos que atuam no Monitor
de Secas. Por meio da
ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 19 estados e no
Distrito Federal a cada mês vencido.
Em operação desde 2014, o Monitor de
Secas iniciou suas atividades pelo Nordeste, historicamente a região mais
afetada por esse tipo de fenômeno climático. No fim de 2018, com a metodologia
já consolidada e entendendo que todas as regiões do País são afetadas em maior
ou menor grau por secas, foi iniciada a expansão da ferramenta para incluir
outras regiões.
A metodologia do Monitor de Secas foi
baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O
cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos
indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria,
validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do
Monitor, que indica uma seca relativa – as categorias de seca em uma
determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região – ou
a ausência do fenômeno.
Fonte: Agencia Nacional das Aguas